terça-feira, julho 31, 2007

Imitando a natureza

Não é de hoje que os seres humanos imitam os projetos da natureza. As idéias que tiraram dela ajudaram os pesquisadores a desenvolver tecnologias que vão do velcro ao avião, passando pelos sonares e robôs. Desta vez, a inspiração veio dos mexilhões e da lagartixa – sim, aquele reptilzinho simpático que ajuda a eliminar insetos indesejáveis.

Cientistas norte-americanos projetaram uma cola resistente à água e capaz de ser reutilizada mais de mil vezes. Com isso, eles praticamente reproduziram as propriedades adesivas das lagartixas e dos mexilhões. O segredo está numa substância elaborada com diversos polímeros com propriedades parecidas com as dos microscópicos pêlos que permitem às lagartixas aderir às paredes. Só que a capacidade adesiva das lagartixas é reduzida quando entram na água.

É aí que entra o mexilhão. Os pesquisadores recobriram a primeira substância com outra camada de polímeros sintéticos que imitam as proteínas adesivas dos mexilhões. Assim, a cola resultante passou a funcionar também em ambientes úmidos.

A descoberta pode ter aplicações médicas e industriais, e nos faz pensar, mais uma vez, que se o ser humano precisa de inteligência para projetar tecnologia, de onde veio a tecnologia que inspira o ser humano?

Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).

quinta-feira, julho 05, 2007

Vigas vivas

Você já viu uma casa sendo construída? Antes de serem colocados os tijolos e levantadas as paredes, é necessário preparar as colunas e as vigas que vão sustentar o peso da obra. Os ossos são como as vigas e colunas de uma casa. Eles sustentam o peso do corpo e dão sustentação aos músculos e à pele. Mas fazem mais que isso. Eles são formados por células vivas que se organizam em três camadas: a externa é dura e lisa; a intermediária se parece com uma esponja e é formada por um tecido quase tão resistente quanto o da camada externa; e a interna, chamada medula, que é responsável pela produção dos glóbulos vermelhos do sangue.

O ser humano nasce com 275 ossos, mas ao chegar à idade adulta têm apenas 206. Como assim? É que muitos ossos se fundem ou desaparecem no processo de crescimento.

Como toda estrutura viva do organismo humano, infelizmente os ossos também têm prazo de validade (pelo menos por enquanto...). Com o tempo, aquela camada intermediária esponjosa começa a perder substância, tornando-se mais frágil. O médico norte-americano Michael Roizen diz que é possível deter o processo de enfraquecimento, desde que os ossos recebam doses extras das substâncias que lhes dão dureza: o cálcio e a vitamina D. Em segundo lugar, é necessário fazer exercícios físicos – e não é preciso esperar a velhice para começar. O atrito dos músculos estimula a produção de novas células ósseas.

Algumas curiosidades: (1) Os ossos representam apenas três quilos no peso de um homem de 70 quilos (portanto, são “vigas” bem leves, considerando-se o esforço a que são submetidas); (2) papiros de 4 mil anos mostram que os egípcios já usavam gesso para imobilizar membros com ossos quebrados; (3) até a década passada, as próteses que substituem ossos das articulações duravam apenas quatro anos. Hoje, a durabilidade dobrou graças ao uso de novos materiais e tecnologias.

O que você diria para alguém que quisesse convencê-lo de que o projeto estrutural de uma casa não é resultado de um plano inteligentemente calculado? A resposta é obvia, não é mesmo? Mas há quem pense que a estrutura óssea dos seres vivos – que são “vigas” vivas – pode ser fruto de uma evolução não dirigida.

Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).

segunda-feira, julho 02, 2007

O mecanismo da fome

Quando seu estômago começa a roncar e vem aquela sensação desagradável de vazio, tudo o que você pensa é em comida para saciar a fome. É de duvidar que, nessas horas, alguém pare para pensar no complexo mecanismo que nos faz sentir vontade de comer.

Segundo o Dr. Dráuzio Varella, esse mecanismo é controlado por um sistema complexo de comunicação entre diversas proteínas liberadas pelo aparelho digestivo e envolve mais de 250 genes. “Visando a manter o equilíbrio energético do organismo, cada um desses genes produz uma determinada proteína”, diz ele. “Sua regulação é tão precisa que se a pessoa ingerir 120 kcal a mais do que suas necessidades energéticas por dia (o que equivale a um copo de refrigerante), no final de 10 anos terá engordado 50k.”

O “culpado” pela sensação necessária da fome é o hormônio chamado grelina, que atua no cérebro e faz com que essa sensação desagradável vá diminuindo à medida que vamos comendo. Quando o alimento passa do estômago para os intestinos, isso provoca a liberação de outro hormônio, o PYY, que também age no cérebro, ativando o centro de saciedade. O equilíbrio entre a grelina e o PYY, indica quando se deve começar ou terminar uma refeição.

De onde teria vindo essa “regulação precisa”, esse equilíbrio hormonal tão necessário à manutenção da vida? É mais um tipo de mecanismo que tinha que funcionar bem desde o princípio, ou, do contrário, os primeiros seres humanos poderiam morrer de fome ou de obesidade mórbida.

Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).

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