terça-feira, março 24, 2009

Matemáticos por natureza

Em o Instinto Matemático (Ed. Record), Keith Devlin, professor de matemática da Universidade Stanford, apresenta pesquisas recentes sobre morcegos, aves, lagostas e até formigas, com o intuito de provar que eles são matemáticos naturais. As migrações sazonais de andorinhas e borboletas-monarcas, por exemplo, revelam prodigiosa capacidade de orientação, comparável aos mais recentes sistemas de navegação GPS – aparelhos que dependem de matemática avançada.

O autor menciona o exemplo do cachorro que brinca na praia. Se seu dono arremessar a bola em diagonal em direção ao mar, o cão geralmente vai correr sobre a areia, em uma linha reta ao longo da beira, para só depois entrar na água, em diagonal. À primeira vista, não parece uma estratégia inteligente. Todos nós aprendemos que a linha reta é o caminho mais curto entre dois pontos. Então, por que não correr direto para a bola? Resposta: o cachorro é um bicho terrestre e sua velocidade de nado é menor que a de corrida. A combinação que ele faz entre as duas formas de locomoção representa o modo mais rápido de chegar à bola. Para traçar o mesmo trajeto ideal, uma pessoa teria que fazer muitos cálculos.

O livro menciona também a fantástica engenharia das abelhas, que conseguem armazenar a maior quantidade de mel usando a menor quantidade de cera. “A geometria das abelhas intrigou matemáticos por séculos. Só em 1999 houve uma comprovação definitiva de que a forma do hexágono é a mais eficiente para armazenar mel.”

Qual a explicação para todos esses comportamentos complexos e inatos? Alguma dúvida de qual seja? Esses comportamentos envolvem informação armazenada no cérebro e características e atitudes que deveriam existir desde o princípio para que o animal pudesse sobreviver e deixar descendentes. Os instintos e capacidades matemáticas dos seres criados apontam para Aquele que os criou.

Michelson Borges

terça-feira, março 03, 2009

Gel reproduz movimento biológico

Com toda a sua engenhosidade, o ser humano sempre está um passo atrás da natureza, imitando o funcionamento das coisas criadas. As máquinas construídas pelo homem precisam de um impulso externo para funcionar, mas os sistemas biológicos têm solução melhor. Um exemplo é o nosso intestino. Ele faz o movimento peristáltico, uma contração muscular circular e perfeitamente direcional, que depende em parte de um ritmo que é próprio do músculo.

De olho nesse movimento, pesquisadores da Universidade Waseda, no Japão, desenvolveram um gel capaz de imitar os movimentos peristálticos sem nenhum estímulo externo. O segredo desse incrível gel que parece “vivo”, conforme explica o Dr. Shingo Maeda, está em uma reação química especial no interior do líquido. É uma reação oscilante que faz com que o gel inche e se contraia periodicamente, causando o movimento.

Para imitar o movimento peristáltico do intestino, os cientistas construíram uma fita com o novo gel, e fizeram com que, enquanto algumas regiões se expandiam, outras se encolhessem. O movimento de onda faz com que a fita funcione como uma espécie de esteira de transporte.

Na próxima vez que você for ao banheiro, pense no maravilhoso movimento peristáltico com que o Criador dotou o seu intestino.

Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).

Computador e cérebro de rato

O camundongo tenta entrar num buraco e leva um choque. Sabe o que acontece? Ele aprende que não deve se meter ali e não fará mais isso, mesmo que a corrente elétrica seja desligada. O computador “age” diferente. Quando encontra determinado erro ao executar um programa, ele continua tentando executá-lo – e continuará travando em todas as tentativas, deixando o usuário louco de raiva.

A diferença é que o animal aprende com a prática e o computador, não. Justamente por isso, um grupo de pesquisadores norte-americanos, entre eles nanotecnologistas e cientistas da computação, está tentando imitar o funcionamento do cérebro dos animais para criar um “computador cognitivo”.

Por mais que a ficção científica apresente a tal “inteligência artificial”, os cientistas sabem que isso não é fácil. Usando planejamento inteligente e botando a cabeça para funcionar, eles estão tendo muito trabalho para chegar perto da eficiência do cérebro de um “simples” ratinho.

“Cada neurônio no cérebro sabe que alguma coisa se alterou”, explica o Dr. Giulio Tononi, da Universidade Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos. “Ele diz ao cérebro: ‘Eu fui acionado e se você quiser fazer alguma coisa, então faça agora’.” Um computador cognitivo que consiga imitar esse mecanismo poderá simplesmente aprender a não executar funções que levem ao travamento ou evitar loops infinitos.

Os pesquisadores precisam ainda construir o hardware que utilizará os mais recentes avanços da nanotecnologia para construir uma arquitetura totalmente nova, uma “arquitetura plástica”, dizem eles, que se adapte a novas situações e se altere com o aprendizado.

Se pensarmos em termos de complexidade, comparado às máquinas feitas pelo ser humano, cérebro de rato ainda é um elogio.

Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).

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