terça-feira, março 03, 2009

Computador e cérebro de rato

O camundongo tenta entrar num buraco e leva um choque. Sabe o que acontece? Ele aprende que não deve se meter ali e não fará mais isso, mesmo que a corrente elétrica seja desligada. O computador “age” diferente. Quando encontra determinado erro ao executar um programa, ele continua tentando executá-lo – e continuará travando em todas as tentativas, deixando o usuário louco de raiva.

A diferença é que o animal aprende com a prática e o computador, não. Justamente por isso, um grupo de pesquisadores norte-americanos, entre eles nanotecnologistas e cientistas da computação, está tentando imitar o funcionamento do cérebro dos animais para criar um “computador cognitivo”.

Por mais que a ficção científica apresente a tal “inteligência artificial”, os cientistas sabem que isso não é fácil. Usando planejamento inteligente e botando a cabeça para funcionar, eles estão tendo muito trabalho para chegar perto da eficiência do cérebro de um “simples” ratinho.

“Cada neurônio no cérebro sabe que alguma coisa se alterou”, explica o Dr. Giulio Tononi, da Universidade Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos. “Ele diz ao cérebro: ‘Eu fui acionado e se você quiser fazer alguma coisa, então faça agora’.” Um computador cognitivo que consiga imitar esse mecanismo poderá simplesmente aprender a não executar funções que levem ao travamento ou evitar loops infinitos.

Os pesquisadores precisam ainda construir o hardware que utilizará os mais recentes avanços da nanotecnologia para construir uma arquitetura totalmente nova, uma “arquitetura plástica”, dizem eles, que se adapte a novas situações e se altere com o aprendizado.

Se pensarmos em termos de complexidade, comparado às máquinas feitas pelo ser humano, cérebro de rato ainda é um elogio.

Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).

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