quinta-feira, março 01, 2007

Um universo na cabeça

É difícil quem não fique fascinado ao olhar para as estrelas, numa noite escura. São tantos pontinhos cintilantes que nossa mente se perde tentando imaginar quantos são. Apenas em nossa galáxia – a Via Láctea – são cerca de 100 bilhões de estrelas. Mas há outro “universo” tão fascinante quanto o das estrelas e galáxias: é o cérebro humano. Dentro dele há mais neurônios do que estrelas na Via Láctea. Essas células se comunicam umas com as outras por meio de pulsos eletroquímicos. E é isso que produz os pensamentos, os sentimentos, as emoções, os sonhos e os movimentos. Sem a atuação dos neurônios, não teríamos como expressar o que vai dentro de nós e nem perceber o mundo exterior – os cheiros, os sabores, a luz das estrelas.

Como as demais células do corpo, os neurônios se alimentam, respiram, têm os mesmos genes, os mesmos mecanismos bioquímicos e as mesmas organelas. Então, onde está a diferença? Num aspecto importante: os neurônios processam informação, avaliam impulsos e estímulos e coordenam atividades apropriadas.

Dois tipos de fenômenos estão envolvidos no processamento do impulso nervoso: o elétrico e o químico. Eventos elétricos propagam um sinal dentro do neurônio; e processos químicos transmitem o sinal de um neurônio a outro ou a uma célula muscular. Um neurônio não está ligado diretamente a outro. Os sinais passam de uma célula para outra por meio de uma “ponte” chamada sinapse. Uma parte do neurônio – o axônio – libera substâncias químicas chamadas neurotransmissores que se unem aos receptores químicos na membrana do neurônio seguinte, por meio do dendrito. Ou seja: o axônio de um neurônio transmite informação ao dendrito de outro neurônio. É uma verdadeira “rede de informações”.

Os neurônios também podem ser bem grandes. Em alguns casos, como ocorre com os neurônios que ligam áreas da medula espinhal à área motora do cérebro, podem ter até cerca de um metro de comprimento!

Se alguém lhe dissesse que um chip de computador surgiu espontaneamente em algum momento no passado e foi se desenvolvendo por si só até chegar aos modernos processadores de informação (que nem chegam perto da complexidade do cérebro humano), você acreditaria? Pois é. Mas há quem acredite que o cérebro surgiu assim...

Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).

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