Muito dinheiro foi gasto pelos militares para desenvolver binóculos que permitem enxergar à noite. A novidade agora são as câmeras termográficas, aparelhos que podem ser usados para detectar pontos quentes perigosos do lado oposto de portas ou em outros locais de um edifício. Os bombeiros gostaram muito da invenção, naturalmente. O aparelho funciona com base no princípio de que, quanto mais quente um objeto, mais radiação ele emite na banda infravermelha do espectro, que fica além da banda da luz visível. Um inseto que se alimenta de sementes de coníferas, o Leptoglossus occidentalis, já contava com um dispositivo semelhante ao projetado pelo ser humano. O bichinho tem uma espécie de câmera termográfica integrada ao corpo e utiliza essa capacidade de detecção de infravermelho para encontrar comida.
Usando imagens obtidas por um microscópio eletrônico, cientistas canadenses localizaram pares de receptores de infravermelho em cada segmento abdominal do inseto. Experiências de laboratório demonstraram que o animal se deixava atrair por uma fonte de radiação infravermelha.
Mas como o Leptoglossus consegue “ver” a fonte de calor? Os pesquisadores descobriram também que os pinheiros brancos do oeste e os abetos Douglas têm pinhas que se destacam fortemente quando observadas com câmeras especiais que imitam os sensores do inseto. Dependendo do horário de captura de imagem, as pinhas podiam apresentar temperatura até três graus mais elevada do que a dos galhos adjacentes, porque absorvem mais energia solar e possivelmente geram calor durante o desenvolvimento de sementes.
Os pesquisadores gastaram muito tempo e dinheiro para desenvolver a tecnologia de detecção da radiação infravermelha. Isso é projeto inteligente. O Leptoglossus faz isso há muito tempo e depende dessa capacidade para sobreviver. Isso também é projeto inteligente.
Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).
quarta-feira, dezembro 31, 2008
Lesmas inspiram novo sistema de propulsão para robôs
As lesmas estão entre os bichos mais lentos que existem. Certamente elas não têm nada a nos ensinar sobre locomoção, certo? Errado. Estudando as lesmas d’água, cientistas descobriram uma nova forma de propulsão que não apenas ajudará a movimentar robôs, mas também permitirá que eles andem de cabeça para baixo em qualquer superfície – até mesmo sobre a água! Na verdade, as lesmas já serviram de inspiração para diversos robôs. Isso se chama biomimetismo, ou seja, a aplicação de técnicas e soluções biológicas encontradas na criação a problemas de engenharia. Os cientistas acreditam que usar as soluções desenvolvidas pelos organismos vivos em equipamentos dos mais diversos tipos pode evitar um grande número de testes e avaliações. Com isso, admitem quase sem querer que a natureza possui design e projeto dignos de imitação.
O que mais intrigou os pesquisadores nas lesmas d’água é a capacidade que elas têm de se movimentar na água, em superfícies molhadas e até mesmo em inclinações totalmente negativas e de cabeça para baixo em superfícies irregulares. A resposta parece estar nas ondas que esses animais criam na gosminha que eles expelem e sobre a qual se movimentam. São essas ondas que permitem que as lesmas d’água criem um arrasto que as permite movimentar-se sobre a superfície absolutamente lisa da água.
“As lesmas d’água ‘distorcem’ a superfície macia e extremamente lisa da água de um lago aplicando forças sobre ela através do muco [gosminha]. Como elas são muito leves, não precisam fazer qualquer esforço para boiarem”, explica o Dr. Eric Lauga. Segundo ele, o detalhe mais impressionante é que as lesmas utilizam a gosminha tanto como “adesivo”, sobre o qual firmam seu pé para se movimentar, já que a água não oferece o apoio encontrado no solo, quanto como lubrificante, permitindo que ela deslize suavemente sobre a própria superfície.
O objetivo agora é imitar essa capacidade das lesmas e aplicá-las aos robôs, para que eles possam andar sobre superfícies lisas e mesmo sobre a água. É mais um caso de tecnologia imitando o projeto da criação.
Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).
O que mais intrigou os pesquisadores nas lesmas d’água é a capacidade que elas têm de se movimentar na água, em superfícies molhadas e até mesmo em inclinações totalmente negativas e de cabeça para baixo em superfícies irregulares. A resposta parece estar nas ondas que esses animais criam na gosminha que eles expelem e sobre a qual se movimentam. São essas ondas que permitem que as lesmas d’água criem um arrasto que as permite movimentar-se sobre a superfície absolutamente lisa da água.
“As lesmas d’água ‘distorcem’ a superfície macia e extremamente lisa da água de um lago aplicando forças sobre ela através do muco [gosminha]. Como elas são muito leves, não precisam fazer qualquer esforço para boiarem”, explica o Dr. Eric Lauga. Segundo ele, o detalhe mais impressionante é que as lesmas utilizam a gosminha tanto como “adesivo”, sobre o qual firmam seu pé para se movimentar, já que a água não oferece o apoio encontrado no solo, quanto como lubrificante, permitindo que ela deslize suavemente sobre a própria superfície.
O objetivo agora é imitar essa capacidade das lesmas e aplicá-las aos robôs, para que eles possam andar sobre superfícies lisas e mesmo sobre a água. É mais um caso de tecnologia imitando o projeto da criação.
Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).
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