terça-feira, abril 04, 2006

Estratégia de vôo

Quando analisamos as características dos pássaros, fica difícil não concluir que eles foram projetados para ser o que são: seres voadores.

Alguns pássaros têm excelente memória. Eles conseguem, por exemplo, sobrevoar grandes florestas e saber exatamente em qual árvore deixaram guardada sua comida. Isso é vital para eles.

Outra característica que chama atenção nos pássaros é o vôo em formação “V”. Você já deve ter visto (ao vivo ou pela TV) um bando de aves voando assim. Segundo especialistas, essa característica de vôo é observada com mais freqüência nos gansos, pelicanos, biguás e grous.

Há duas explicações para a escolha dessa formação de vôo pelas aves, segundo a revista Ciência Hoje das Crianças, de setembro 2004. A primeira é a economia de energia que ela proporciona. Atrás do corpo da ave e, principalmente, das pontas de suas asas, o ar se move de forma desordenada, causando turbulência. A resistência do ar é menor nessas áreas, por isso é vantajoso para as aves voar atrás da ave à frente ou da ponta da asa dela. Ao voarem dessa forma, as aves poupam energia e esforço, porque se beneficiam do deslocamento de ar causado pelas outras aves. Em vôos de longa distância, a economia é grande.

Se todas as aves voam de um mesmo lado, elas se beneficiam ainda mais da turbulência gerada pelas aves que estão na frente. Por isso o “V”, com duas fileiras, uma de cada lado do líder do bando. Mas e quando o líder se cansa? As aves também sabem resolver isso, simplesmente fazendo a substituição do líder de vez em quando.

Outra explicação para o vôo em “V” é que esse tipo de deslocamento proporciona melhor visibilidade, pois em qualquer posição dentro do “V” uma ave só teria em seu campo de visão outra ave, e não várias. Os aviões militares de caça imitam as aves: voam nesse mesmo tipo de formação, justamente para ter melhor campo de visão e poder avistar outros aviões do mesmo grupo.

Quem teria ensinado aos pássaros essas técnicas de vôo imitadas até pelos seres humanos? A resposta não lhe parece óbvia?

Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).

Sobre as águas

Water strider (Gerris remigis) é uma espécie de inseto que consegue caminhar sobre a água. No passado, pensava-se que ele conseguia essa façanha graças à secreção de uma cera que o mantinha flutuando. Mas recentemente foi descoberto que o water strider possui estruturas especiais nas patas. Elas são cobertas por inúmeros e minúsculos pêlos, chamados “microsetae”. Esses pêlos têm sulcos que mantêm o inseto flutuando, capaz de suportar, inclusive, tempestades violentas.

Os responsáveis por essa descoberta foram os cientistas Xuefeng Gao e Lei Jiang, da Academia Chinesa de Ciências. Segundo os pesquisadores, os microssulcos localizados nos “microsetae” (pêlos) retêm o ar e causam a resistência à água nas patas do animal. Uma única pata pode suportar 15 vezes o peso do inseto.

Os cientistas criaram uma pata artificial revestida com uma substância química altamente repelente à água. A pata poderia até suportar um water strider, mas não seria capaz de mantê-lo flutuando sob as forças geradas pelo inseto em movimento. Conclusão: os responsáveis pela tremenda resistência à água são os “microsetae”.

“Esse arranjo inteligente permite aos water striders sobreviverem na água mesmo sob ‘bombardeio’ de gotas de chuva, quando eles saltam para evitar serem afogados”, disseram os cientistas chineses à revista Nature, de novembro de 2004. “Nossa descoberta pode ajudar a desenvolver pequenos dispositivos aquáticos e materiais a prova d’água”, prevêem.

É a ciência imitando a criação, mais uma vez.

Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).

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