sexta-feira, abril 03, 2009

Quem inventou a espiral?

Quando olha para um caderno com arame espiralado, talvez você nem imagine que, das moléculas de DNA até as gigantescas galáxias, as estruturas em espiral são tão abundantes quanto úteis na natureza. Tanto é assim que cientistas estão imitando esse padrão de design e utilizando a nanotecnologia para produzir materiais em formato helicoidal que poderão ser usados para armazenar e transmitir informações, além de liberar medicamentos no interior do corpo humano. Segundo a revista Science de janeiro de 2009, as nanocordas desenvolvidas por pesquisadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, montam-se autonomamente a partir da dissolução de nanobastões em um líquido volátil. Quando o líquido se evapora, as forças de capilaridade atuam sobre os nanobastões, inicialmente fabricados em uma estrutura homogênea, fazendo-os deformarem-se e enrolarem-se uns nos outros, como as fibras em uma corda.

Segundo a Dra Joanna Aizenberg, coordenadora da pesquisa, as nanocordas poderão ser utilizadas em energia e no armazenamento de informações, na fotônica, na fabricação de novos tipos de adesivos e, principalmente, na construção de novos sistemas de captura e liberação – espécies de mecanismos robóticos em nanoescala, que poderão ser empregados no transporte e liberação de medicamentos no interior do corpo humano.

Quem ensinou à natureza que as formas em espiral são, além de belas, úteis a tal ponto de inspirar o ser humano a também utilizá-las? Resposta: o Criador das galáxias e do DNA.

Michelson Borges

Por que piscamos?

Tente fixar os olhos num objeto e ficar sem piscar. Quantos segundos você suportou? Já se perguntou por que piscamos? Estudo recente mostrou que os seres humanos fazem milhares de movimentos rápidos com os olhos que os impedem de perder a visão. Portanto, piscar e mover os olhos, mesmo que a gente nem perceba, é um mecanismo essencial para a saúde ocular. Cientistas achavam que esses movimentos eram os resultados de algum erro no sistema neurológico! Como estavam errados! Novas descobertas mostraram que os movimentos dos olhos são controlados pela mesma área do cérebro usada quando procuramos uma manchete no jornal ou rastreamos um objeto em movimento.

Duas funções desses movimentos estão bem claras: (1) como há vasos sanguíneos na parte interna do olho criando um efeito de “fiação entre a lente e o filme”, esses movimentos rápidos permitem que o olho consiga ter um campo de visão completo sem pontos cegos; (2) além disso, esses movimentos também atualizam as imagens gravadas na retina que, de outra forma, desapareceriam.

Richard Krauzlis, que coordenou os estudos, manteve o foco na região do cérebro que é responsável pelos movimentos oculares de “seguir” um objeto. “As imagens que se formam na retina eventualmente desapareceriam de nossa visão se fossem perfeitamente estáticas. Os pequenos movimentos dos olhos, no entanto, permitem que a cena que vemos mude, mesmo que imperceptivelmente, e atualizem a imagem formada constantemente”, explica o pesquisador.

Esse mecanismo teve que estar presente desde que os primeiros olhos foram criados, senão eles deixariam de funcionar logo no início. Não é à toa que o olho humano deixava Darwin de “cabelo em pé”...

Michelson Borges

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