Você sabia que para evitar “acidentes” os insetos contam com um verdadeiro sistema de “piloto automático”, como aqueles dos aviões? Esse sistema elabora as informações visuais que o animal capta e envia impulsos elétricos para as asas. Assim ele pode endireitar seu rumo.
Nicolas Franceschini, Franck Ruffier e Julien Serres, especialistas em biorobótica do laboratório Movimento e Percepção, da Universidade do Mediterrâneo, em Marselha, comprovaram esse automatismo chamado “regulador de fluxo óptico”.
Usando um micro-helicóptero controlado à distância, os pesquisadores puderam decifrar o comportamento de moscas e abelhas e reproduziram a navegação dos insetos. O micro-helicóptero pesa 100 gramas e tem um sensor óptico que simula o olho da mosca. Além disso, ele mede a velocidade de deslocamento sobre o solo e é capaz de reagir com o que está em volta. Quando um inseto, uma ave ou até um piloto voam, as imagens se projetam da frente para trás, na parte central do campo visual, criando um “fluxo óptico”.
Quando o inseto enfrenta um forte vento contrário, ele voa a menor velocidade e seu regulador exige que ele reduza a altura, para manter, dessa forma, o valor de referência. Os neurônios detectores de movimento na “cabine de comando” do inseto constituem a base de seu comportamento, afirmou a equipe de cientistas.
Agora pense um pouco: Seria possível surgir por acaso um sistema de navegação automático tão perfeito como esse? E como os insetos alados teriam sobrevivido se não dispusessem de um sistema assim, funcionando adequadamente desde que foram criados?
Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).