sexta-feira, abril 29, 2011

O amortecedor do pica-pau

Se um ser humano batesse a cabeça numa árvore com a força e a velocidade proporcionais às de um pica-pau, seu cérebro seria danificado. A cabeça da ave suporta desacelerações de até 1.200g enquanto ele bica uma árvore até 22 vezes por segundo. Já os seres humanos aguentam apenas de 80 a 100g. Como o pica-pau consegue essa proeza?

Os cientistas Sang-Hee Yoon e Sungmin Park, da Universidade da Califórnia, desvendaram o mistério. Eles estudaram o movimento do bicho, fizeram vídeos e uma tomografia computadorizada da cabeça e do pescoço da ave. Assim, identificaram quatro estruturas que absorvem o choque mecânico. Segundo a revista Galileu, “trata-se de seu bico duro, mas elástico; um osso de suporte à língua que se estende por trás do crânio (chamado hióide); uma área de osso esponjoso em seu crânio; e um líquido cefalorraquidiano. Todas essas estruturas funcionam juntas para absorver as pancadas”.

Com a descoberta, os pesquisadores puderam simular o mecanismo do pica-pau e construir um sistema de absorção de choque mecânico. Eles utilizaram metais, borracha e até esferas de vidro. A ideia é reforçar as caixas-pretas dos aviões para suportar choques muito fortes e desacelerações severas, entre outras aplicações, inclusive militares.

Se o pica-pau também evoluiu ao longo de milhões de anos (como supõem os darwinistas), como explicar essa capacidade amortecedora que depende de várias partes que somente funcionam quando estão conectadas? O que evoluiu primeiro: o bico duro e elástico, o osso de suporte, o osso esponjoso ou o líquido cefalorraquidiano? Se um elemento depende de todos os outros para funcionar (e evitar que o cérebro do pica-pau vire geleia na primeira pancada), a resposta mais lógica é que foram criados juntos.

Michelson Borges

Recriando o toque

Depois de muito investimento de dinheiro, tempo e inteligência, cientistas europeus apresentaram o primeiro protótipo da “mão robótica inteligente”. O objetivo do projeto que reuniu pesquisadores de universidades e empresas foi o de oferecer a pessoas amputadas um implante artificial que lhes possibilite recuperar boa parte dos movimentos complexos executados pela mão original. E eles chegaram bem perto disso.

A mão robótica reproduz praticamente todos os movimentos da mão natural, além de trazer as sensações ambientais e o sentido do tato. Segundo informações do site Inovação Tecnológica, a nova mão artificial conta com quatro motores elétricos e quarenta sensores. Esses motores e sensores são ativados quando pressionados contra um objeto. Os sensores enviam os sinais captados para os nervos, ativando a rota até o cérebro, permitindo que o paciente sinta o objeto como se tivesse de volta sua mão natural.

O próximo desafio a ser vencido pelos cientistas será miniaturizar os motores e os cabos. No futuro, a equipe espera criar um sistema duplo de comunicações, em que tanto os sinais dos sensores serão enviados para o cérebro, quanto os sinais cerebrais ativarão os sensores da mão. “A futura interface neural poderá ser implantada no interior do braço, de onde sairão as conexões para a interface da prótese”, prometem os pesquisadores.

Quanto mais a ciência e a tecnologia avançam, mais os cientistas se dão conta da tremenda inteligência por trás das obras criadas – embora alguns talvez não admitam isso.

Michelson Borges

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