sexta-feira, fevereiro 19, 2010

O branco mais branco

Não adianta lavar e alvejar aquela camiseta branca que ela não ficará tão branca quanto as asas de besouro Cyphochilus – nem a folha de papel mais branca chega pero de tanta brancura. No início de 2007, um grupo de pesquisadores ingleses descobriu que a carapaça desse minúsculo besouro pode ser a estrutura com o branco mais brilhante da natureza. Eles estão gastando dinheiro e tempo para imitar essa característica do Cyphochilus com o objetivo de dar mais brancura a papéis e tintas.

No caso do branco do papel, ele é obtido com a adição de minerais como o carbonato de cálcio e o caulim. Mas, para atingir a mesma brancura das asas do Cyphochilus, seria necessária uma camada desses minerais duas vezes mais grossa. Se o besouro dependesse disso, teria asas muito pesadas e dificuldade para voar. Então, como ele voa com asas tão brancas e leves? Já vamos entender.

O corpo, a cabeça e as pernas do besouro são cobertos por longas escamas com estruturas internas 3-D altamente aleatórias (não organizadas). São essas irregularidades e o espaçamento entre elas que dispersam de forma tão eficiente todos os comprimentos de onda da luz, dando ao Cyphochilus o seu branco imbatível.

Os pesquisadores da Universidade Exeter, em colaboração com os engenheiros da mineradora Imerys, desenvolveram um técnica para moer os minerais até conseguir nanopartículas com o balanço adequado entre tamanho, densidade e separação entre as partículas. Depois de aplicadas sobre a massa de celulose, as nanopartículas reproduzem de maneira aproximada a aleatoriedade presente nas escamas do besouro e produzem um branco mais intenso do que o obtido com o caulim.

É mais uma amostra do que se pode obter ao imitar o design inteligente da natureza.

Michelson Borges

Cérebro tem banda larga

A gente fala que tem conexão banda larga quando a navegação na internet é bem mais rápida e permite maior tráfego de informação. Você sabia que o cérebro também tem banda larga? No fim do ano passado, foi anunciada a descoberta de circuitos de neurônios especiais que podem trafegar dados em velocidades até três mil vezes maiores que a rapidez normal entre certas áreas do cérebro.

Os neurônios (células nervosas) estão principalmente no que se chama “massa cinzenta”, que ocupa a metade do volume do cérebro. A outra metade, chamada de “massa branca”, é constituída de longos filamentos com poucos neurônios. Esses filamentos são como fios encapados por uma substância gordurosa isolante chamada mielina.

O que se descobriu recentemente é que essas longas fibras brancas desempenham papel importante na transmissão de informações dentro do cérebro. Elas funcionam como se fossem conexões de banda larga. Isso tudo graças à camada de isolamento que impede o “vazamento” de impulsos elétricos. A mielina transmite mais informações por segundo, reduzindo o tempo de espera entre sinais. Esses neurônios encapados capazes de processar três mil vezes mais informações são cruciais para a capacidade da fala e processamento da linguagem.

Nem o mais sofisticado computador do mundo se iguala ao cérebro ¬– essa maravilha criada por Deus.

Michelson Borges

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