terça-feira, dezembro 13, 2005

Impressões microscópicas

Talvez uma das melhores evidências de planejamento na natureza venha de algo que se pode considerar a forma de vida mais primitiva: a bactéria. Muitos tipos de bactérias têm um sistema propulsor chamado “flagelo”, que é uma estrutura móvel semelhante a um chicote. Ao girar, o flagelo faz com que o organismo deslize pela água, impulsionado sobre o substrato no qual vive. Esse mecanismo apresenta detalhes incríveis, a começar pelo tamanho: é um aparato de menos de 25 nanômetros de diâmetro, algo como um bilionésimo de centímetro.

O ser humano tem orgulho de sua criatividade na invenção da roda. O flagelo bacteriano é construído sobre o mesmo princípio da roda. Na verdade, há uma série de rodas que giram sobre um eixo. E é a rotação dessas rodas – que giram numa superfície sem fricção a mais de 18 mil rotações por segundo – que faz com que o flagelo se mova. A indústria tem grande interesse nesse sistema rotor bacteriano por causa de sua eficiência.

Mas o que faz esse rotor funcionar? Um motor elétrico! A membrana celular na qual esse aparato está encaixado produz uma corrente elétrica ao bombear íons (principalmente de hidrogênio) pela membrana. Essa corrente elétrica é assimilada pelo rotor do flagelo e o faz girar. Além disso, a bactéria é capaz de controlar seu deslocamento com velocidades variadas, podendo girar o flagelo mais devagar ou mais rápido.

Design e engenharia. Os melhores engenheiros não conseguiram desenvolver mecanismos como o rotor bacteriano. “Tudo na bactéria parece dizer: engenharia, inteligência, planejamento”, afirma o Dr. Richard Lumsden, ex-professor da Tulane University.

Se entrássemos numa loja e víssemos uma máquina desse tipo, o que pensaríamos? Que as peças se juntaram por acaso, sem planejamento, sem propósito ou sem um processo criativo? É claro que não. Teria sido construída pela General Electric ou por outra empresa. As bactérias* não foram feitas pelo ser humano, mas são muito mais sofisticadas do que qualquer mecanismo que a humanidade já construiu.

* Lembre-se de que, apesar de haver bactérias nocivas, há também as que são benéficas aos seres vivos.

Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).

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