quarta-feira, dezembro 31, 2008

Inseto usa sensor infravermelho

Muito dinheiro foi gasto pelos militares para desenvolver binóculos que permitem enxergar à noite. A novidade agora são as câmeras termográficas, aparelhos que podem ser usados para detectar pontos quentes perigosos do lado oposto de portas ou em outros locais de um edifício. Os bombeiros gostaram muito da invenção, naturalmente. O aparelho funciona com base no princípio de que, quanto mais quente um objeto, mais radiação ele emite na banda infravermelha do espectro, que fica além da banda da luz visível. Um inseto que se alimenta de sementes de coníferas, o Leptoglossus occidentalis, já contava com um dispositivo semelhante ao projetado pelo ser humano. O bichinho tem uma espécie de câmera termográfica integrada ao corpo e utiliza essa capacidade de detecção de infravermelho para encontrar comida.

Usando imagens obtidas por um microscópio eletrônico, cientistas canadenses localizaram pares de receptores de infravermelho em cada segmento abdominal do inseto. Experiências de laboratório demonstraram que o animal se deixava atrair por uma fonte de radiação infravermelha.

Mas como o Leptoglossus consegue “ver” a fonte de calor? Os pesquisadores descobriram também que os pinheiros brancos do oeste e os abetos Douglas têm pinhas que se destacam fortemente quando observadas com câmeras especiais que imitam os sensores do inseto. Dependendo do horário de captura de imagem, as pinhas podiam apresentar temperatura até três graus mais elevada do que a dos galhos adjacentes, porque absorvem mais energia solar e possivelmente geram calor durante o desenvolvimento de sementes.

Os pesquisadores gastaram muito tempo e dinheiro para desenvolver a tecnologia de detecção da radiação infravermelha. Isso é projeto inteligente. O Leptoglossus faz isso há muito tempo e depende dessa capacidade para sobreviver. Isso também é projeto inteligente.

Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).

Lesmas inspiram novo sistema de propulsão para robôs

As lesmas estão entre os bichos mais lentos que existem. Certamente elas não têm nada a nos ensinar sobre locomoção, certo? Errado. Estudando as lesmas d’água, cientistas descobriram uma nova forma de propulsão que não apenas ajudará a movimentar robôs, mas também permitirá que eles andem de cabeça para baixo em qualquer superfície – até mesmo sobre a água! Na verdade, as lesmas já serviram de inspiração para diversos robôs. Isso se chama biomimetismo, ou seja, a aplicação de técnicas e soluções biológicas encontradas na criação a problemas de engenharia. Os cientistas acreditam que usar as soluções desenvolvidas pelos organismos vivos em equipamentos dos mais diversos tipos pode evitar um grande número de testes e avaliações. Com isso, admitem quase sem querer que a natureza possui design e projeto dignos de imitação.

O que mais intrigou os pesquisadores nas lesmas d’água é a capacidade que elas têm de se movimentar na água, em superfícies molhadas e até mesmo em inclinações totalmente negativas e de cabeça para baixo em superfícies irregulares. A resposta parece estar nas ondas que esses animais criam na gosminha que eles expelem e sobre a qual se movimentam. São essas ondas que permitem que as lesmas d’água criem um arrasto que as permite movimentar-se sobre a superfície absolutamente lisa da água.

“As lesmas d’água ‘distorcem’ a superfície macia e extremamente lisa da água de um lago aplicando forças sobre ela através do muco [gosminha]. Como elas são muito leves, não precisam fazer qualquer esforço para boiarem”, explica o Dr. Eric Lauga. Segundo ele, o detalhe mais impressionante é que as lesmas utilizam a gosminha tanto como “adesivo”, sobre o qual firmam seu pé para se movimentar, já que a água não oferece o apoio encontrado no solo, quanto como lubrificante, permitindo que ela deslize suavemente sobre a própria superfície.

O objetivo agora é imitar essa capacidade das lesmas e aplicá-las aos robôs, para que eles possam andar sobre superfícies lisas e mesmo sobre a água. É mais um caso de tecnologia imitando o projeto da criação.

Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).

domingo, outubro 05, 2008

Cientistas criam câmera que imita formato do olho

Mais uma evidência de que para se criar sistemas e órgãos complexos é necessário (muito) planejamento inteligente: cientistas americanos desenvolveram uma câmera com o formato de olho e que pode revolucionar a fotografia digital e levar ao desenvolvimento de um olho biônico com um modelo próximo ao do órgão humano.

Em um estudo publicado na revista Nature, os pesquisadores dizem ter solucionado um antigo problema: como colocar componentes microeletrônicos em uma superfície curva – que imita a retina do olho humano – sem quebrá-los.

Os pesquisadores criaram um material que forma uma espécie de malha flexível composta de pequenos quadrados que abrigam fotodetectores e componentes eletrônicos. Os quadrados são interligados por cabos que têm o equivalente a 1/100 da espessura de um fio de cabelo. A eficácia do artefato se deve à miniaturização de fotodetectores e dos elementos dos circuitos. A câmera tem dois centímetros de largura, uma única lente e um sistema de detecção de luz côncavo.

“Os olhos dos animais não são assim [planos]; a retina é curva”, disse o líder da pesquisa, John Rogers, da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos. “Essa curvatura permite aos animais verem o mundo sem distorção – ao contrário de imagens produzidas com câmeras, que perdem o foco na periferia.”

Darwin afirmou certa vez que o olho humano “possivelmente deveria ter sido adquirido por seleção gradual de desvios sutis, mas úteis”. A esposa dele, Emma Darwin, não engoliu a explicação e escreveu: “Uma grande suposição.”

Essas anotações de Emma devem ter mexido com a cabeça do naturalista inglês, pois a idéia de evolução gradual, passo a passo, de um órgão extremamente complexo e integrado como o olho causava-lhe “calafrios”.*

Michelson Borges

* The Life and Letters of Charles Darwin 2:12, 296 (1887)

terça-feira, setembro 09, 2008

Cientistas imitam fotossíntese

Faz tempo que os cientistas tentam imitar a eficiência das plantas na produção e armazenamento de energia. Recentemente, eles deram um passo importante nessa direção. Até então, a energia solar só era utilizada de dia, pois armazená-la era caro e difícil. Com a nova descoberta, os pesquisadores do Massachussets Institute of Technology (MIT) chegaram a um processo simples, barato e altamente eficiente de armazenar energia solar. Para isso, são necessários apenas materiais abundantes e não tóxicos, o que pode facilitar o uso da fonte mais potente de energia limpa: o Sol.

Os pesquisadores Daniel Nocera e Matthew Kanan se inspiraram na fotossíntese para criar o processo que vai permitir que a energia solar divida as moléculas da água em hidrogênio e oxigênio. Depois, esses elementos serão recombinados em uma célula de combustível para gerar eletricidade limpa, para ser usada de dia ou de noite.

Tudo é uma questão de catalisadores, que são substâncias capazes de alterar a velocidade de uma reação química. Um desses catalisadores é composto pelo metal cobalto, pelo fosfato e por um eletrodo imerso na água. Quando a eletricidade atravessa o eletrodo, o cobalto e o fosfato, eles formam uma fina película e gás oxigênio é produzido. Combinando outro catalisador como a platina é possível produzir gás hidrogênio a partir da água, imitando a reação gerada pela fotossíntese nas plantas.

A luz solar possui mais potencial do que qualquer outra forma de gerar energia, para resolver os problemas energéticos mundiais, segundo Daniel. Em uma hora há luz solar suficiente para gerar energia para o planeta todo durante um ano.

Um dos principais cientistas da fotossíntese do mundo, James Barber, disse que a descoberta é um “salto gigantesco” em direção à geração de energia limpa, livre de poluentes em larga escala.

E as plantas fazem tudo isso com muito mais eficiência – desde que foram criadas por Deus.

Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).

segunda-feira, agosto 11, 2008

Na ponta da língua

Certa vez, minha filha Giovanna (na época com quase quatro anos), ao provar um alimento de que não gostou, disse: “Pai, minhas papilas não gostaram dessa comida.” E ela tinha razão. As papilas são pequenos sensores que identificam o sabor das substâncias que entram na boca. A língua também possui terminações nervosas livres que, quando em contato com os alimentos, percebem sua textura. O conjunto formado pelo gosto, o tato e o aroma forma a sensação do sabor, que é interpretado por neurônios especializados, localizados no cérebro.

A língua é um órgão tão complexo que durante muito tempo os cientistas vêm tentando imitar suas capacidades. Recentemente, uma equipe de pesquisadores catalães desenvolveu o que chamam de “língua eletrônica” capaz de identificar propriedades dos vinhos e distinguir entre uvas e safras. O aparelho combina uma série de sensores que, instalados em um mesmo chip, percebem os componentes químicos que diferenciam uma uva de outra, ou uma safra de outra.

Os cientistas programaram os sensores para identificar as principais categorias do paladar: doce, salgado, amargo, ácido e umami (expressão japonesa que quer dizer “saboroso”, ou seja, a sensação agradável gerada pelo contato da língua com os glutamatos).

Mas, de acordo com os pesquisadores, o aparelho deve ser “treinado” para identificar outras variedades de uva, permitindo testes instantâneos e em campo, sem a necessidade de enviar amostras para processamento em laboratório.

É bom saber que a língua não precisa ser “treinada”. Ela é um presente do Criador, pois já nascemos com a incrível capacidade de identificar os sabores, nos deliciar com os alimentos ou, na pior das hipóteses, rejeitar algum prato porque nossas papilas não gostaram dele.

Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).

sábado, agosto 02, 2008

Lagartixa inspira criação de supercurativo

Mais um ponto para os cientistas – em sua habilidade de imitar a criação. Desta vez, quem os inspirou foi a lagartixa, com suas patas adesivas. Imitando essa capacidade do pequeno réptil, os pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology criaram um curativo interno que pode ser usado em cirurgias ou ferimentos. A pesquisa foi publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

O curativo foi desenvolvido de tal forma que imita as microestruturas das patas da lagartixa e que as tornam extremamente adesivas, permitindo que elas escalem paredes lisas. Sobre essa microestrutura foi aplicada uma fina camada de cola que ajuda a bandagem a se fixar até mesmo em superfícies molhadas. Os usos para um curativo desses incluem fechar o buraco causado por uma úlcera ou mesmo selar o intestino depois da remoção de uma parte dele. Como o curativo é degradável, nem precisa ser removido. E, pelo fato de poder ser dobrada e desdobrada, a bandagem também tem potencial para ser usada em procedimentos cirúrgicos em locais difíceis de dar pontos.

O especialista Kellar Autumn, do Lewis & Clark College, em Oregon, disse que, apesar de sua sofisticação, a nanoestrutura desenvolvida pelos cientistas do MIT é “relativamente primitiva” se comparada com a encontrada nas lagartixas, e conseqüentemente não é tão adesiva quanto as patas do bichinho.

Parabéns para os cientistas. Mas a natureza ainda dá de dez a zero!

Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).

Soluções que vêm da natureza

Já se sabe que os biólogos estão tentando copiar os mecanismos bioquímicos do flagelo bacteriano para melhorar a tecnologia biomédica. Um artigo publicado na revista Business Week, de 11 de fevereiro de 2008, confirma que essa tendência de ir à natureza em busca de inspiração para produzir tecnologia é cada vez mais comum na indústria.

O trem bala imita o formato do bico aerodinâmico de uma ave; turbinas eólicas maciças têm a forma inspirada nas barbatanas das baleias; supercolas biodegradáveis são desenvolvidas a partir da análise de como os mexilhões se agarram às rochas debaixo d’água. E por aí vai.

O artigo explica ainda que a biologia pode igualmente fornecer “tecnologias de fabricação não poluentes e energeticamente eficazes”.

Outro projeto fascinante está sendo conduzido pela Ford/Volvo para desenvolver um sistema anti-colisão com base na forma como os gafanhotos se deslocam em enxame sem se chocarem uns com os outros. Além disso, a IBM está desenvolvendo um sistema para imitar a maneira como as conchas abalone misturam partículas microscópicas de carbonato de cálcio num processo denominado “self-assembly” (auto-montagem). Esse mesmo princípio está sendo aplicado no desenvolvimento de processadores capazes de reduzir o consumo de energia em cerca de 35%.

O artigo é bem interessante, enquanto se limita aos fatos. A certa altura, no entanto, afirma que esses recursos biológicos “têm evoluído no mundo natural ao longo de bilhões de anos”. Curioso, não? Produtos de processos evolutivos “cegos” suplantam a tecnologia humana, que é produto de projeto inteligente!

Acho que não são os processos que estão cegos...

Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).

quinta-feira, julho 17, 2008

Toque de amor

Um estudo publicado por cientistas da universidade canadense McGill University School of Nursing afirma que o contato direto com a pele da mãe pode ajudar bebês prematuros a se recuperarem mais rapidamente de dores. O levantamento mostrou que os bebês que estiveram em contato com as mães se recuperaram da dor em um minuto e meio, enquanto os prematuros que estavam em incubadoras sofreram por mais de três minutos.

Esse contato entre peles não é benéfico apenas para os prematuros. “Estudos recentes mostram que o corpo da mulher ajuda a manter o bebê adequadamente aquecido, deixando-o mais calmo e com freqüências respiratórias mais estáveis”, explica o pediatra Marcus Renato de Carvalho, da Clínica Interdisciplinar de Apoio à Amamentação, no Rio de Janeiro.

Certamente que essa interação benéfica entre mãe e filho foi projetada pelo Criador. Por isso, não é à toa que a Bíblia compare o amor de Deus ao amor de mãe. Se enfrentar a dor se torna mais fácil nos braços da mãe, melhor ainda é contar com os braços do Pai quando estamos passando por algum problema.

Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).

segunda-feira, junho 23, 2008

Sobre morcegos e insetos

Você já reparou como certas capacidades e funções estão presentes em animais bastante distintos e que não tem, numa linguagem darwinista, “parentesco evolutivo”? Como explicar a evolução distinta de funções tão complexas? Um “milagre” duplo? Exemplo disso são os morcegos que recorrem às mesmas técnicas aerodinâmicas dos insetos para se manter no ar durante vôos lentos ou estacionários.

Quando esses mamíferos agitam as asas totalmente abertas e as inclinam para baixo, produzem deslocamento de ar idêntico ao de um pequeno redemoinho, que acaba gerando um empuxo ascendente que faz com que o bicho fique no ar.

Os insetos também produzem esses redemoinhos permanentemente com suas asas. O que os pesquisadores não sabiam é se o mesmo mecanismo poderia ser utilizado por animais de maior peso, como os morcegos. Não só pode como é exatamente o que eles fazem.

Cientistas norte-americanos e suecos estudaram três morcegos Glossophaga, que medem 5 cm e voam da Argentina ao México. O estudo, publicado na revista Science, mediu o fluxo de ar em torno das asas desses animais em vôo, por meio de imagens digitais. Conclusão: o redemoinho formado sob o bordo de ataque das asas produz 40% da força ascendente, permitindo que os morcegos se mantenham no ar.

Essa capacidade presente em animais tão distintos seria evidência de evolução ou a marca de um Criador que sabe tudo de aerodinâmica?

Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).

quarta-feira, maio 21, 2008

Superteia

Imagine um cabo de aço capaz de frear um avião em pleno vôo. Um fio capaz de sustentar toneladas e, ao mesmo tempo, flexível como borracha. Esse é o sonho dos produtores de fibras industriais. O kevlar tenta chegar perto, mas fica longe. É uma fibra artificial usada na fabricação de cintos de segurança, cordas, em construções aeronáuticas e coletes à prova de balas. Além de não ser tão forte a ponto de segurar um avião, o kevlar tem que ser fabricado com temperaturas altas e solventes orgânicos. Mas existe uma seda natural que é produzida em temperatura ambiente usando água como solvente e que, essa sim, se tivesse a espessura de um lápis, seria capaz de proezas muito maiores do que as conseguidas com as fibras artificiais. Que seda é essa? A teia de aranha.

A teia de aranha é tão fina que o olho humano quase não a. E quando falamos em elasticidade, não estamos brincando! Um fio comum de seda de aranha é capaz de se estender por até 70 km sem se partir sob o próprio peso! E pode ser esticado até 30 ou 40% de seu comprimento, sem se quebrar, enquanto o nylon suporta apenas 20% de estiramento.

A fabricação da teia é uma maravilha à parte. É quando a aranha esbanja engenhosidade. A aranha começa estendendo os grandes “eixos de sustentação” da teia e, a partir daí, vai unindo esses fios de suporte e preenchendo os espaços vazios com fios radiais, originando uma estrutura geométrica muito forte. Como ela aprendeu a fazer isso?

Aimeé Cunningham escreveu na revista Science News: “Os cientistas gostariam de aplicar as propriedades [da teia] em produtos que vão de coletes à prova de balas a cabos para pontes suspensas.” Cientistas inteligentes e com tremenda tecnologia à mão ainda não conseguem imitar a “sabedoria” e engenharia das aranhas...

“É uma lição de humildade saber que tantas pessoas inteligentes estão tentando imitar o que as aranhas no porão das casas fazem de modo tão natural”, disse a bióloga Cheryl Hayashi, na revista Chemical & Engineering News.

Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).

quarta-feira, março 26, 2008

Proteção auditiva

Você já se perguntou por que o ouvido produz cera? Será que é só para nos fazer gastar dinheiro com cotonetes? Definitivamente, não. A cera não é um “defeito de fabricação”. Muito pelo contrário: essa substância amarelada serve para nos proteger contra a propagação de microorganismos. É como se fosse um “porteiro” ou “segurança” sempre alerta para impedir que visitantes indesejados entrem pelo canal auditivo.

Segundo a otorrinolaringologista Patrícia Ciminelli, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a cera (ou cerume) é produzida por glândulas especiais, conhecidas como glândulas ceruminosas, existentes na região mais externa do canal auditivo (que tem de três a quatro centímetros de extensão). “Como a passagem até a região mais profunda do ouvido é muito estreita, escura e revestida por pele”, explica ela, “isso facilita a entrada de detritos nocivos que podem ser prejudiciais. Essa proteção proporcionada pela cera é de extrema importância.” A cera também serve para reter poeira e partículas de areia que poderiam danificar a membrana sensível chamada tímpano.

Resumindo: esse é outro “dispositivo de segurança” útil para o ser humano e que deveria funcionar adequadamente desde o início, a fim de permitir que nossa espécie continuasse a ouvir bem ao longo dos séculos.

Detalhe: Ciminelli alerta que o uso do cotonete para a limpeza do canal auditivo deve ser feito com muito cuidado, retirando-se apenas a cera da região externa do ouvido. Colocar o cotonete muito profundamente pode causar perfuração na região do tímpano.

Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).

terça-feira, fevereiro 19, 2008

A complexidade do cérebro – design admitido

O volume Como o Cérebro Funciona, parte da “Série Mais Ciência”, da Publifolha, explica como o cérebro pode dar sentido ao mundo que nos cerca. Num trecho do livro, está escrito: “Vamos examinar o seu cérebro. Apenas retire-o de sua cabeça e o coloque sobre a mesa. Provavelmente ele é um pouco mais pesado do que você imaginava. Seu 1,4 kg corresponderia a uma grande sacola de maçãs. Parece também surpreendentemente pequeno: mais ou menos do tamanho de suas duas mãos fechadas, pressionadas uma contra a outra. Lá está ele sobre a mesa, enrugado como uma noz, exibindo uma cor rosada. (Sim, rosada. Ele se torna cinza se ficar mergulhado em conservante.) O cérebro já está começando a desmanchar, enquanto um fluido transparente escorre de seu interior. Temos de concordar: não é uma visão agradável. Mesmo assim, a ‘coisa’ para a qual você está olhando agora é o objeto mais complexo que o homem conhece. Dentro dessa massa aparentemente grosseira e disforme há o maior projeto de design já visto.”

Você prestou atenção à parte grifada no texto? Isso mesmo. Mesmo em livros não-criacionistas é difícil para seus autores fugir da constatação de que a complexidade da vida aponta para um projeto inteligente. Se há design é porque há um designer.

O texto do livro prossegue sob o subtítulo “Um projeto complexo”: “Um cérebro humano tem aproximadamente 100 bilhões de neurônios, células nervosas cerebrais. Cada um desses neurônios pode fazer entre mil e várias centenas de milhares de sinapses. Uma sinapse é a junção entre dois neurônios. Logo, o seu cérebro é capaz de produzir cerca de 1.000 trilhões de conexões. ... Os próprios neurônios compõem apenas uma fração do cérebro. Ele também contém células gliais, células comuns que realizam tarefas de apoio, transporte, crescimento e manutenção interna. Há cerca de 50 delas para cada neurônio. Portanto, quase metade do cérebro é constituída de substância branca, o chamado cabeamento principal com isolamento de mielina, usado para transportar sinais. ... Se a substância branca de um único cérebro humano fosse desenrolada, formaria um cordão longo o suficiente para dar duas voltas ao redor do globo terrestre. Então, imagine só... Tudo isso, os neurônios e as suas conexões, as células de apoio, o cabeamento, fica emaranhado dentro de seu crânio. Quando está ligado e consciente, o circuito gelatinoso se agita em um tráfego de pensamentos, impressões, anseios, conflitos, preocupações, curiosidades e intenções.”

Como escreveu o astrônomo Carl Sagan, no livro Cosmos, “o cérebro é um lugar muito grande num espaço muito pequeno... A neuroquímica do cérebro é extremamente ativa. É o circuito de uma máquina mais maravilhosa do que qualquer uma que o ser humano já tenha visto”. E Sagan era ateu...

Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).

quinta-feira, janeiro 31, 2008

As cores do camaleão

Você já deve ter visto aqueles uniformes militares camuflados pintados de verde e marrom. A intenção dos soldados é aparecerem o mínimo possível a fim de não serem vistos pelos inimigos. Mas esse tipo de camuflagem nem chega perto da eficiência de animais como o camaleão, que são capazes de mudar a cor da pele.

Há cerca de 80 espécies de camaleões (que podem chegar a medir de 60 cm a um metro de comprimento), a maior parte delas na África, ao sul do Saara. No Brasil, também são encontrados principalmente na Amazônia. Além da capacidade de mudar de cor, o bicho é conhecido pela língua rápida e comprida (cerca de um metro), e pelos olhos capazes de se movimentar de forma independente um do outro. Mas como eles conseguem mudar de cor?

Os camaleões têm células especializadas em duas camadas sob a pele externa, que é transparente: as células cromatóforas e as células guanóforas. As cromatóforas, que ficam na camada superior da pele, contêm pigmentos amarelos e vermelhos. Logo abaixo delas, fica a camada das células guanóforas, que contêm uma substância cristalina e incolor, a guanina. Os guanóforos refletem principalmente a cor azul. Se a camada superior de cromatóforas for amarela, a luz refletida se torna verde (já que azul com amarelo forma essa cor). Abaixo dessas células, há uma camada de pigmento escuro (melanina) que contém melanóforos. São eles que influenciam o brilho e a claridade da luz refletida. Esse pacote de células em camadas diferentes é capaz de relocar seus pigmentos gerando a famosa variação de cores do camaleão.

Mas é bom que se diga que essa capacidade de mudar de cor nem sempre é para se camuflar. Às vezes (a maior parte das vezes, na verdade), o camaleão quer mesmo é ser visto. Um estudo de cientistas australianos e sul-africanos demonstrou que o réptil muda de cor por uma variedade de finalidades: comunicação, camuflagem e controle de temperatura. Entretanto, a razão primordial dessa habilidade é transmitir mensagens a outros camaleões, a fim de repelir rivais ou atrair parceiros.

Como os camaleões têm sistemas visuais distintos do dos humanos – eles possuem um tipo de cone sensível a raios ultravioleta (UV) –, os pesquisadores tiveram antes de identificar o que os bichos estavam vendo. E descobriram que as maiores mudanças de cores ocorriam quando os camaleões se socializavam.

Resumindo, o camaleão foi criado com um complexo sistema de mudança de cores e, ao mesmo tempo, com olhos capazes de captar as nuances dessa variação. É puro projeto inteligente não camuflado!

Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).

sexta-feira, janeiro 25, 2008

A luz dos vaga-lumes

Toda criança que já viu um vaga-lume (também conhecido como pirilampo) deve ter ficado encantada de saber que há insetos com “lâmpadas”. Quem nunca se perguntou como esses bichinhos conseguem brilhar no escuro?

Primeiramente, é bom dizer que, na verdade, os vaga-lumes não têm exatamente uma lâmpada acoplada no corpo. E eles não utilizam a eletricidade como as lâmpadas que costumamos comprar. Em vez disso, a “lâmpada” do vaga-lume usa dois produtos químicos chamados luciferina e luciferase. Quando essas duas substâncias se encontram dentro da “luzinha” do vaga-lume, ela se acende. Esse tipo de luz é chamado de “luz fria”, e o fenômeno é conhecido como bioluminescência.

Curiosamente, os cientistas ainda não conseguem fazer uma “lâmpada” igual à dos vaga-lumes, tamanha é a sofisticação dela. Mas há entre esses cientistas alguns que acreditam que tanto o vaga-lume, com sua luz sofisticada, quanto outros animais fantásticos evoluíram de seres primitivos que surgiram aqui por acaso. Que pena...

Que a luz do vaga-lume ajude essas pessoas a chegar àquele que disse há muito tempo: “Haja luz!”

Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).

Arquitetura divina

No livro Meditações Diárias de 2006, Sobre a Rocha, da Casa Publicadora Brasileira, o pastor e escritor Mark Finley conta que, em 1850, o arquiteto Joseph Patton apresentou seu projeto para o edifício que sediaria a Grande Exposição de Londres de 1851. “Paxton concebeu uma edificação de dimensões gigantescas que não teria nada de muito pesado ou desajeitado”, diz o escritor. “Ele imaginou uma estrutura que produzisse um efeito de leveza ou mesmo de ausência de peso.”

O problema era que não havia como construir um edifício assim, naquele tempo. Grandes estruturas exigiam paredes imensas para sustentá-las. Parecia não haver condições de criar o edifício gracioso e airoso que Paxton tinha em mente. E o prédio não sairia do projeto.

Segundo Finley, Paxton se lembrou de certa planta com a qual ele trabalhara quando fora jardineiro, o lírio-d’água-real. “As folhas suspensas desse lírio são enormes, com cerca de dois metros de diâmetro, e muito finas”, descreve o escritor. “A despeito disso, elas são bastante estáveis. Elas conseguem essa estabilidade mediante um complicado suporte na lateral inferior. Filetes saem do centro da folha para fora, e dividem-se em muitas ramificações.”

O lírio-d’água-real foi a resposta para o dilema do arquiteto. Imitando um projeto do Arquiteto dos arquitetos, Paxton pôde realizar seu sonho: a construção do Palácio de Cristal, que até hoje é considerado um marco na história da arquitetura.

Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).

quinta-feira, janeiro 24, 2008

A coluna curvada das mulheres

Segundo matéria publicada pela BBC Brasil, “as mulheres desenvolveram colunas vertebrais mais curvadas do que os homens para impedir que percam a estabilidade com o peso da gravidez”. De acordo com especialistas, sem a curvatura mais acentuada, as supostas ancestrais dos seres humanos que caminhavam eretas não poderiam fugir de predadores durante a gestação. Elas também teriam sofrido de fortes dores nas costas, disse o estudo, publicado na revista Nature.

“Sem a adaptação, a gravidez colocaria um peso maior nos músculos lombares, causando dores e fadiga consideráveis e possivelmente limitando a capacidade de colher alimentos e a habilidade de fugir de predadores”, disse Liza Shapiro, antropóloga da Universidade de Harvard.

Os pesquisadores evolucionistas dizem que a transição para um andar mais erguido verticalmente foi uma das “mudanças-chave na evolução do homem”, mas teve uma conseqüência indesejável para mulheres grávidas. Nos primatas, o feto fica confortavelmente apoiado no ventre, mas em seres humanos, ele fica mais à frente, deslocando o centro de gravidade, o que causaria desequilíbrio. Causaria, não fosse a curvatura na parte mais baixa da espinha ser mais acentuada nas mulheres do que nos homens. Essa curvatura as ajuda a se manterem em equilíbrio e reduzir o desconforto causado por dores na parte mais baixa da espinha, mesmo nos últimos meses de gestação, quando o abdômen pode pesar quase sete quilos mais do que o normal.

Essa peculiaridade feminina seria fruto de adaptações ao longo dos milênios ou teria mais a ver com design inteligente?

A curvatura mais acentuada na coluna das mulheres, além de lhes conferir beleza estética adicional, favorece o desenvolvimento da barriga durante a gestação que, diga-se de passagem, é um milagre à parte. Desde a concepção, passando pela diferenciação celular a partir de uma única célula, até o desenvolvimento completo do bebê, tudo nesse processo aponta para um projeto tremendamente bem elaborado, que tinha que funcionar bem desde o primeiro momento.

Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).

sexta-feira, janeiro 11, 2008

O GPS das aves migratórias

GPS é um sistema de posicionamento por satélite. Além de ser usado em aviões e na navegação marítima, o sistema também pode ser usado por pessoas que queiram saber a sua posição, encontrar o caminho para determinado local, conhecer a velocidade e a direção do deslocamento. Hoje em dia, o GPS já está em uso em automóveis com sistema de navegação de mapas. Fica difícil se perder com essa invenção.

É interessante notar que esse sistema existe nas aves desde que elas foram criadas. Os pardais de coroa branca, por exemplo, são capazes de reencontrar sua rota migratória mesmo depois de terem sido levados para milhares de quilômetros de distância do local onde vivem.

Pesquisadores capturaram 30 dessas aves quando elas estavam em plena rota de migração do Alasca, onde se reproduzem no verão, até o sudoeste dos Estados Unidos e o norte do México para passar o inverno. Os pardais foram então transportados num avião, que saiu de Seattle, no noroeste dos Estados Unidos, para Nova Jersey, no leste, a 3.700 km de distância, na costa leste do país. Alguns dias depois, os pardais foram soltos com pequenos transmissores de rádio instalados nas patas.

A equipe constatou que 15 pardais adultos souberam nos três primeiros dias após terem sido libertados que deveriam voar para o sudoeste, enquanto 15 pardais jovens, que nunca haviam percorrido a rota migratória, voaram na direção sul. Isso mostra que as aves são programadas para voar nessa direção em sua primeira migração, é a conclusão do estudo publicado nos Anais da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.

Mas quem as programou para se comportar assim desde o primeiro momento? Pelo jeito, o GPS é uma invenção bem antiga...

Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).

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