quinta-feira, janeiro 31, 2008

As cores do camaleão

Você já deve ter visto aqueles uniformes militares camuflados pintados de verde e marrom. A intenção dos soldados é aparecerem o mínimo possível a fim de não serem vistos pelos inimigos. Mas esse tipo de camuflagem nem chega perto da eficiência de animais como o camaleão, que são capazes de mudar a cor da pele.

Há cerca de 80 espécies de camaleões (que podem chegar a medir de 60 cm a um metro de comprimento), a maior parte delas na África, ao sul do Saara. No Brasil, também são encontrados principalmente na Amazônia. Além da capacidade de mudar de cor, o bicho é conhecido pela língua rápida e comprida (cerca de um metro), e pelos olhos capazes de se movimentar de forma independente um do outro. Mas como eles conseguem mudar de cor?

Os camaleões têm células especializadas em duas camadas sob a pele externa, que é transparente: as células cromatóforas e as células guanóforas. As cromatóforas, que ficam na camada superior da pele, contêm pigmentos amarelos e vermelhos. Logo abaixo delas, fica a camada das células guanóforas, que contêm uma substância cristalina e incolor, a guanina. Os guanóforos refletem principalmente a cor azul. Se a camada superior de cromatóforas for amarela, a luz refletida se torna verde (já que azul com amarelo forma essa cor). Abaixo dessas células, há uma camada de pigmento escuro (melanina) que contém melanóforos. São eles que influenciam o brilho e a claridade da luz refletida. Esse pacote de células em camadas diferentes é capaz de relocar seus pigmentos gerando a famosa variação de cores do camaleão.

Mas é bom que se diga que essa capacidade de mudar de cor nem sempre é para se camuflar. Às vezes (a maior parte das vezes, na verdade), o camaleão quer mesmo é ser visto. Um estudo de cientistas australianos e sul-africanos demonstrou que o réptil muda de cor por uma variedade de finalidades: comunicação, camuflagem e controle de temperatura. Entretanto, a razão primordial dessa habilidade é transmitir mensagens a outros camaleões, a fim de repelir rivais ou atrair parceiros.

Como os camaleões têm sistemas visuais distintos do dos humanos – eles possuem um tipo de cone sensível a raios ultravioleta (UV) –, os pesquisadores tiveram antes de identificar o que os bichos estavam vendo. E descobriram que as maiores mudanças de cores ocorriam quando os camaleões se socializavam.

Resumindo, o camaleão foi criado com um complexo sistema de mudança de cores e, ao mesmo tempo, com olhos capazes de captar as nuances dessa variação. É puro projeto inteligente não camuflado!

Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).

sexta-feira, janeiro 25, 2008

A luz dos vaga-lumes

Toda criança que já viu um vaga-lume (também conhecido como pirilampo) deve ter ficado encantada de saber que há insetos com “lâmpadas”. Quem nunca se perguntou como esses bichinhos conseguem brilhar no escuro?

Primeiramente, é bom dizer que, na verdade, os vaga-lumes não têm exatamente uma lâmpada acoplada no corpo. E eles não utilizam a eletricidade como as lâmpadas que costumamos comprar. Em vez disso, a “lâmpada” do vaga-lume usa dois produtos químicos chamados luciferina e luciferase. Quando essas duas substâncias se encontram dentro da “luzinha” do vaga-lume, ela se acende. Esse tipo de luz é chamado de “luz fria”, e o fenômeno é conhecido como bioluminescência.

Curiosamente, os cientistas ainda não conseguem fazer uma “lâmpada” igual à dos vaga-lumes, tamanha é a sofisticação dela. Mas há entre esses cientistas alguns que acreditam que tanto o vaga-lume, com sua luz sofisticada, quanto outros animais fantásticos evoluíram de seres primitivos que surgiram aqui por acaso. Que pena...

Que a luz do vaga-lume ajude essas pessoas a chegar àquele que disse há muito tempo: “Haja luz!”

Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).

Arquitetura divina

No livro Meditações Diárias de 2006, Sobre a Rocha, da Casa Publicadora Brasileira, o pastor e escritor Mark Finley conta que, em 1850, o arquiteto Joseph Patton apresentou seu projeto para o edifício que sediaria a Grande Exposição de Londres de 1851. “Paxton concebeu uma edificação de dimensões gigantescas que não teria nada de muito pesado ou desajeitado”, diz o escritor. “Ele imaginou uma estrutura que produzisse um efeito de leveza ou mesmo de ausência de peso.”

O problema era que não havia como construir um edifício assim, naquele tempo. Grandes estruturas exigiam paredes imensas para sustentá-las. Parecia não haver condições de criar o edifício gracioso e airoso que Paxton tinha em mente. E o prédio não sairia do projeto.

Segundo Finley, Paxton se lembrou de certa planta com a qual ele trabalhara quando fora jardineiro, o lírio-d’água-real. “As folhas suspensas desse lírio são enormes, com cerca de dois metros de diâmetro, e muito finas”, descreve o escritor. “A despeito disso, elas são bastante estáveis. Elas conseguem essa estabilidade mediante um complicado suporte na lateral inferior. Filetes saem do centro da folha para fora, e dividem-se em muitas ramificações.”

O lírio-d’água-real foi a resposta para o dilema do arquiteto. Imitando um projeto do Arquiteto dos arquitetos, Paxton pôde realizar seu sonho: a construção do Palácio de Cristal, que até hoje é considerado um marco na história da arquitetura.

Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).

quinta-feira, janeiro 24, 2008

A coluna curvada das mulheres

Segundo matéria publicada pela BBC Brasil, “as mulheres desenvolveram colunas vertebrais mais curvadas do que os homens para impedir que percam a estabilidade com o peso da gravidez”. De acordo com especialistas, sem a curvatura mais acentuada, as supostas ancestrais dos seres humanos que caminhavam eretas não poderiam fugir de predadores durante a gestação. Elas também teriam sofrido de fortes dores nas costas, disse o estudo, publicado na revista Nature.

“Sem a adaptação, a gravidez colocaria um peso maior nos músculos lombares, causando dores e fadiga consideráveis e possivelmente limitando a capacidade de colher alimentos e a habilidade de fugir de predadores”, disse Liza Shapiro, antropóloga da Universidade de Harvard.

Os pesquisadores evolucionistas dizem que a transição para um andar mais erguido verticalmente foi uma das “mudanças-chave na evolução do homem”, mas teve uma conseqüência indesejável para mulheres grávidas. Nos primatas, o feto fica confortavelmente apoiado no ventre, mas em seres humanos, ele fica mais à frente, deslocando o centro de gravidade, o que causaria desequilíbrio. Causaria, não fosse a curvatura na parte mais baixa da espinha ser mais acentuada nas mulheres do que nos homens. Essa curvatura as ajuda a se manterem em equilíbrio e reduzir o desconforto causado por dores na parte mais baixa da espinha, mesmo nos últimos meses de gestação, quando o abdômen pode pesar quase sete quilos mais do que o normal.

Essa peculiaridade feminina seria fruto de adaptações ao longo dos milênios ou teria mais a ver com design inteligente?

A curvatura mais acentuada na coluna das mulheres, além de lhes conferir beleza estética adicional, favorece o desenvolvimento da barriga durante a gestação que, diga-se de passagem, é um milagre à parte. Desde a concepção, passando pela diferenciação celular a partir de uma única célula, até o desenvolvimento completo do bebê, tudo nesse processo aponta para um projeto tremendamente bem elaborado, que tinha que funcionar bem desde o primeiro momento.

Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).

sexta-feira, janeiro 11, 2008

O GPS das aves migratórias

GPS é um sistema de posicionamento por satélite. Além de ser usado em aviões e na navegação marítima, o sistema também pode ser usado por pessoas que queiram saber a sua posição, encontrar o caminho para determinado local, conhecer a velocidade e a direção do deslocamento. Hoje em dia, o GPS já está em uso em automóveis com sistema de navegação de mapas. Fica difícil se perder com essa invenção.

É interessante notar que esse sistema existe nas aves desde que elas foram criadas. Os pardais de coroa branca, por exemplo, são capazes de reencontrar sua rota migratória mesmo depois de terem sido levados para milhares de quilômetros de distância do local onde vivem.

Pesquisadores capturaram 30 dessas aves quando elas estavam em plena rota de migração do Alasca, onde se reproduzem no verão, até o sudoeste dos Estados Unidos e o norte do México para passar o inverno. Os pardais foram então transportados num avião, que saiu de Seattle, no noroeste dos Estados Unidos, para Nova Jersey, no leste, a 3.700 km de distância, na costa leste do país. Alguns dias depois, os pardais foram soltos com pequenos transmissores de rádio instalados nas patas.

A equipe constatou que 15 pardais adultos souberam nos três primeiros dias após terem sido libertados que deveriam voar para o sudoeste, enquanto 15 pardais jovens, que nunca haviam percorrido a rota migratória, voaram na direção sul. Isso mostra que as aves são programadas para voar nessa direção em sua primeira migração, é a conclusão do estudo publicado nos Anais da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.

Mas quem as programou para se comportar assim desde o primeiro momento? Pelo jeito, o GPS é uma invenção bem antiga...

Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).

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