sábado, agosto 02, 2008

Soluções que vêm da natureza

Já se sabe que os biólogos estão tentando copiar os mecanismos bioquímicos do flagelo bacteriano para melhorar a tecnologia biomédica. Um artigo publicado na revista Business Week, de 11 de fevereiro de 2008, confirma que essa tendência de ir à natureza em busca de inspiração para produzir tecnologia é cada vez mais comum na indústria.

O trem bala imita o formato do bico aerodinâmico de uma ave; turbinas eólicas maciças têm a forma inspirada nas barbatanas das baleias; supercolas biodegradáveis são desenvolvidas a partir da análise de como os mexilhões se agarram às rochas debaixo d’água. E por aí vai.

O artigo explica ainda que a biologia pode igualmente fornecer “tecnologias de fabricação não poluentes e energeticamente eficazes”.

Outro projeto fascinante está sendo conduzido pela Ford/Volvo para desenvolver um sistema anti-colisão com base na forma como os gafanhotos se deslocam em enxame sem se chocarem uns com os outros. Além disso, a IBM está desenvolvendo um sistema para imitar a maneira como as conchas abalone misturam partículas microscópicas de carbonato de cálcio num processo denominado “self-assembly” (auto-montagem). Esse mesmo princípio está sendo aplicado no desenvolvimento de processadores capazes de reduzir o consumo de energia em cerca de 35%.

O artigo é bem interessante, enquanto se limita aos fatos. A certa altura, no entanto, afirma que esses recursos biológicos “têm evoluído no mundo natural ao longo de bilhões de anos”. Curioso, não? Produtos de processos evolutivos “cegos” suplantam a tecnologia humana, que é produto de projeto inteligente!

Acho que não são os processos que estão cegos...

Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).

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