terça-feira, dezembro 13, 2005

As leis do Universo

“Quando se percebe que as leis da natureza são sintonizadas de modo a produzir o Universo visível, chega-se à conclusão de que a vida não aconteceu simplesmente, que existe um propósito por trás disso tudo”, disse o físico John Polkinghorne.

Pelo modelo da evolução, teríamos de admitir que leis constantes e imutáveis – como a da gravidade – teriam evoluído do nada. E, se ainda evoluirão, nada garante que estaremos aqui, no futuro. Algo muito intrigante a respeito dessas leis, contudo, é que há nelas certos fatores cujos valores têm de ser fixados com precisão para que o Universo, tal como o conhecemos, exista. Entre estas constantes fundamentais há a unidade de carga elétrica sobre o próton, as massas de certas partículas fundamentais e a constante universal da gravitação de Newton, comumente referida pela letra “G”.

Sobre isso, o Prof. Paul Davies escreveu na revista New Scientist: “Poucos são os cientistas que não se impressionam com a quase inconcebível simplicidade e elegância dessas leis. ... Até mesmo mínimas variações nos valores de algumas delas alterariam drasticamente a aparência do Universo. Por exemplo, Freeman Dyson enfatizou que, se a força entre os núcleos (prótons e nêutrons) fosse apenas alguns por cento mais forte, o Universo ficaria sem hidrogênio. Estrelas, como o Sol – para não mencionar a água – talvez não existissem. A vida, como a conhecemos, seria impossível. Brandon Carter mostrou que mudanças muitíssimo menores na constante ‘G’ transformariam todas as estrelas em gigantes azuis ou anãs vermelhas, com conseqüências igualmente funestas sobre a vida.” E Davies conclui: “Neste caso, é concebível a existência de apenas um único Universo. Se assim for, é um notável pensamento que a nossa existência como seres conscientes é uma inescapável conseqüência da lógica.”

Alguns podem chamar de “lógica” a harmonia das leis naturais. Prefiro, no entanto, crer que as evidências de planejamento sugerem a existência de um Criador inteligente. A declaração bíblica tem ecoado ao longo dos séculos: “Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra de Suas mãos” (Salmo 19:1).

Muitos cientistas têm chegado à conclusão sobre a qual os teólogos e religiosos se debruçam há muito: é difícil admitir o surgimento de tudo o que nos rodeia pelo simples acaso. Ao ser perguntado por um repórter se acredita em Deus, o astrofísico francês Hubert Reeves deu uma resposta sincera: “Você me pergunta se acredito em alguma coisa. Eu acho que acredito, mas não sei em quê. Posso dizer no que não acredito, ou seja, que apenas o acaso ou a sorte criaram uma música maravilhosa como a de Mozart.”

Michelson Borges é jornalista, membro da Sociedade Criacionista Brasileira (www.scb.org.br) e autor dos livros A História da Vida e Por Que Creio (www.cpb.com.br).

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